sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Quem é você? Quem sou eu?

"O silêncio também fala, fala e muito! O silêncio pode falar mesmo quando as palavras falham". 
Osho



- Pausa - Para facilitar, vou sempre escrever os nomes dos livros, artigos e links ao final do texto. 
Quando você tem em casa personalidades muito fortes e distintas é como ter uma bomba relógio de amor e raiva na mão. Ela é tão perigosa quanto encantadora. Meus filhos são extremamente diferentes e na hora das brigas e acertos lidar com tanta diferença de humor chega dar um "tilt". Há momentos que a situação é tão confusa que pareço estar olhando para o sol, ele queima e eu não vejo nada. 
A parte boa é que você exercita a criatividade diariamente. Não todos os dias claro, afinal ninguém é de ferro. Mas aos poucos, e quando eu digo pouco é bem pouco mesmo, vou aprendendo a lidar com isso de maneira mais lúdica e menos insana. O silêncio e o aprendizado sobre quem sou eu e quem são eles é uma ferramenta poderosa para trazer momentos (mesmo que a princípio instantâneos) de paz!
Um caminho interessante foi observá-los em determinadas situações e ver como cada um reage e por que faz aquilo. Nas minhas leituras encontrei algo mágico, algo lindo demais. Tão lindo que quase beijei a tela e abracei mentalmente tanto o autor do texto no site como o autor do livro que originou aquele texto.
Como sempre parecia algo simples, mas não, não era. Pelo menos eu não conseguia ver com tanta clareza antes a ponto de transmutar isso na prática. 
O texto citado está dividido em quatro partes e sua base foi extraída do livro A natureza anímica da criança de Caroline von Heydebrand. Ele mostra as principais características dos temperamentos no comportamento infantil. 
Nesses textos, a autora descreve os perfis e suas singularidades e por fim cita como podemos ter um convívio harmonioso com essa criança atendendo suas principais necessidades. 
 Caroline von Heydebrand divide as crianças basicamente em quatro categorias:
- sanguínea- fleumática- colérica- melancólica
Cada perfil tem um traço tão único e tão perfeito que ao ler você identifica sua criança imediatamente. Mas por favor, se atenha aos detalhes, a forma como é descrito e tenha sensibilidade de filtrar o que lhe é mais importante. 
Na minha experiência pessoal li o perfil de um deles e nesse dia coincidentemente ele fez algo que geralmente eu não sabia lidar e a tensão aumentava a cada minuto depois da explosão de raiva dele. Então senti que ele precisava de uma contenção diferente da que eu vinha dando, que era repreender ou tentar agradá-lo. Ambos pioravam e muito a situação. Dessa vez olhei em seus olhinhos e silenciei. 
Silenciei, observei, lembrei do texto e do que dizia o parágrafo que cita "como cuidar de uma criança "xxx". Tem sugestões para todos os perfis, então de repente surgiu uma luz no fim do túnel que agora prefiro chamar de empatia plena. 
Pensei no que estava fazendo-o sofrer de verdade e não aparentemente como antes. E aí começamos um diálogo, que a princípio foi um monólogo e de repente a fisionomia do seu rostinho mudou completamente. 
Você pode achar que empatia + diálogo fizeram isso e "isso eu já sei, já pratico, etc". Sim, mas essa dupla manjada só faz efeito quando você sabe o que dizer, o que perguntar e principalmente a hora de ouvir. E ouvir inclui "ouvir" os olhos, o coração, os gestos.
E quando parei para fazer isso e falar o que precisava ser dito, ele ouviu atentamente, foi parando de chorar e no fim me abraçou tão forte que mesmo já esperando essa reação, me emocionei. Foi lindo de viver. Sabe quando você registra o exato momento em que o elo com seu filho se fortalece para sempre? 
Antes de fazer as leituras gostaria de lembrar que conhecer profundamente a natureza infantil não é rotulá-las, na verdade é uma tarefa que todos nós deveríamos amorosamente nos propor. É um dos caminhos que possibilita viver esse amor com mais serenidade e mais clareza. As leituras podem ser feitas nos seguintes links:
Livro:A natureza anímica da criança - Caroline von Heydebrand
Criança Sanguínea
http://www.antroposofy.com.br/forum/a-crianca-sanguinea-como-identificar-cuidar-e-equilibrar/
Criança Fleumática
http://www.antroposofy.com.br/forum/a-crianca-fleumatica/
Criança Melancólica
http://www.antroposofy.com.br/forum/a-crianca-melancolica/ 

Criança Colérica
http://www.antroposofy.com.br/forum/a-crianca-colerica/

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Todo dia um aprendizado

“Não sou aquele que sabe, mas aquele que busca.”

Hermann Hesse
imagem:rosacruz aurea (facebook)


Quando converso com alguma mãe que está desesperada com o comportamento do filho, coisa que me identifico muitas vezes, fico me perguntando:

Até que ponto estamos dispostos a aprender com nossos filhos filhos?

Na teoria a expressão "aprender com os filhos" é muito linda, mas e na prática?

Então outras perguntas surgem na minha cabeça:

- Será que vou ter humildade suficiente para tentar entender o que acontece com essa cabecinha enquanto ele grita e esperneia que quer algo na vitrine que não vou comprar?

- Será que vou ter disposição mental e energia suficiente para tentar entender os por quês da criança estar fazendo aquela pirraça que atormenta toda família bem na hora do almoço?

- Vou ter vontade de conversar com ele e perguntar o que ele está sentindo quando ele dá aquele "show" na casa da vó porque não quer ir embora?

Situações como essas e similares são comuns e normalmente respondemos com ainda mais raiva ou apenas ignoramos o fato/criança e seguimos em diante. Mas quando eu digo que é possível aprender todos os dias com os filhos não me refiro só a observá-los e tentar decifrar suas emoções como quem quer adivinhar alguma coisa para daí tentar lidar com elas da melhor maneira possível.

Me refiro a um pouco mais do que isso. Com o tempo observo que quanto mais conheço sobre a estrutura deles, mais consigo lidar com essas situações desgastantes a tal ponto delas ficarem cada vez menos desgastantes.

Nesse aspecto posso dizer que as leitura que venho fazendo há alguns anos em doses constantes e "homeopáticas" sobre o desenvolvimento da criança em todas as etapas tem sido muito eficientes. Particularmente acho que essas leituras deveriam fazer parte da nossa rotina, mesmo que não fosse um livro inteiro, mas pequenas partes, já ajudariam. Claro que alguns sites que tratam desses assuntos mesmo de maneira superficial podem te dar uma luz, mas estou falando também de sites sérios que contenham artigos sobre o que você procura, ou mesmo livros que te ajudem nessa busca.

"ah eu sou mãe e não pediatra, nem psicóloga", se você diz ou pensa isso, repense, pois somos mães, médicas, psicólogas, pediatras e o tempo todo estamos agindo como tal, apenas não no sentido profissional e sim com o coração e com as emoções. Então por quê não começarmos a saber mais sobre esse ser que preenche nossas vidas de amor, alegrias e também de muitas dúvidas?

Não se trata de rotular os filhos, muito menos definí-los por uma linha de pensamento ou outra, mas de conhecer um pouco mais sobre o que eles nos trazem e como nossa contribuição para eles pode ser amorosa, bondosa e tão cheia de conhecimento para ambos.

Aos poucos suas leituras farão diferença, você cresce como mãe, como mulher e como ser humano  e isso só enriquece a vida dos filhos.

Vou usar esse espaço para compartilhar com vocês algumas leituras que foram essenciais na minha jornada com meus filhos e que realmente me ajudaram em alguns momentos críticos. Esse espaço já foi usado para divulgar eventos e informações sobre partos e gestação. Então achei bem interessante continuar usando para essa outra fase da minha vida de descobertas e afirmo que seria muito prazeroso se as mães visitantes também quisessem dar sua contribuição e quem sabe dividir sua história conosco.

Nada é perfeito e não há fórmulas para criar filhos como todas sabemos, mas esse interesse por conhecê-los melhor, trocar informações e depoimentos é uma boa maneira de viver com eles essa fase deliciosa que se chama infância.

Sejam bem vindas e até a próxima!